Crowdlending ou P2P
Crowdlending ou peer to peer lending é um processo que permite a qualquer pessoa emprestar dinheiro a outras pessoas ou empresas, recebendo juros sobre esse valor. Neste processo, tu és o banco!
As plataformas de P2P são o intermediário entre os investidores e os que necessitam de financiamento. Avaliam cada pedido, estipulam a taxa de juro com base no risco calculado e modalidade do empréstimo, definem os termos do contrato e executam as transferências.
Os empréstimos podem ser pedidos por individuais para comprar carro, pequenas empresas que necessitam de capital para expandir ou por instituições de crédito para financiarem os respetivos créditos.
VANTAGENS
- Acrescenta diversificação ao portefólio
- Permite uma renda fixa mensal
- Boas rentabilidades
- Fácil diversificar com valores baixos de investimento
DESVANTAGENS
- Atividade não regulada
- Risco de incumprimento da pessoa/empresa na amortização do empréstimo
- Pouca liquidez
Este tipo de investimento é um dos mais arriscados pelo facto de ser uma atividade não regulada. Apesar de toda a pesquisa que possas fazer, há sempre a possibilidade de a plataforma que escolhes para investir ser afinal um esquema e desaparecer com o teu dinheiro de um dia para o outro. Já aconteceu e é provável que volte a acontecer.
Consciente de todas as vantagens e desvantagens, sinto-me confortável em ter cerca de 30% do meu portefólio neste tipo de investimento.
MINTOS
A Mintos* foi fundada em 2015 e é atualmente a maior plataforma de crowdlending na Europa. Tem mais de 400.000 investidores de 62 países. Um deles sou eu, desde 2019 🙋♀️
Há três fatores que tornam a Mintos a minha plataforma preferida: a forma como lidaram com a pandemia e o pânico geral em 2020 (primeira grande crise e uma prova de fogo a este tipo de plataformas), o facto de estarem ativamente a fazer pressão no sentido de avançar com a regulação da atividade das P2P e a própria plataforma, bastante simples e intuitiva.
As principais vantagens da Mintos face a outras plataformas de P2P são:
- Plataforma intuitiva e fácil de utilizar
- Investimento mínimo de apenas 10 €, o que permite grande diversificação
- Taxas de juro altas: 10-12%
- Várias durações de empréstimo disponíveis: 1 mês a 8 anos
- Renda mensal constante
- Simplicidade e rapidez na transferência de e para a plataforma
A Mintos* serve de intermediário entre os investidores e as instituições de crédito propriamente ditas (equivalentes por exemplo ao Cofidis, Cetelem e Credibom que temos aqui em Portugal). Os empréstimos podem ser para agricultura, empresas, habitação, crédito pessoal, crédito automóvel, etc.
A MINHA ESTRATÉGIA
A Mintos tem uma função de auto-invest que permite definir uma estratégia com base nos teus parâmetros de seleção e no valor que queres investir. Desta forma, todo o investimento é feito automaticamente sempre que tenhas dinheiro disponível e que haja empréstimos que cumpram os requisitos pré-definidos.
Como neste momento apenas vou reinvestindo os juros e amortizações que vou recebendo, neste momento prefiro escolher os empréstimos manualmente (em available Loans). Uso os filtros disponíveis na barra lateral para selecionar as seguintes opções:
- Remaining loan term: <12 meses
- Currency: €
- Mintos risk score: >6
- Status: Current, grace period
- Pending payments/In recovery: No
- My investments: Exclude my investments
O que pretendo com esta estratégia é excluir investimentos longos e com pagamentos em atraso, limitar-me a investimentos em euros para não pagar taxas de conversão de moeda e não reinvestir no mesmo empréstimo.
Invisto sempre 10 € em cada empréstimo, diversificando e reduzindo o impacto de um incumprimento no retorno geral da carteira.
OS MEUS RESULTADOS
Desde o início de 2020 recebi 143 € em juros, uma média de 9 €/mês. Comecei com 1000 € mas entretanto já tirei várias vezes dinheiro para confirmar que não há problema com as transferências. No momento tenho 923 € investidos e reinvisto todos os juros que vou recebendo nos empréstimos.
Neste momento tenho 0,54 € disponíveis, 890,99 € investidos, 20,44 € em pagamentos pendentes (o valor já foi pago e está apenas em fase de transferência entre contas) e 11,35 € em recuperação.
O retorno líquido médio anual é de 11,94%. Desde o início, recebi 143,68 € em juros e 145 € em campanhas (adesão e bónus de 1% que ambos recebemos se te registares através deste link*).
A maioria dos meus empréstimos têm taxas de retorno de 10-13% e tenho escolhido preferencialmente empréstimos de duração mais curta – até 6 meses.
43% dos meus empréstimos são para crédito pessoal, 34% para crédito automóvel e 21% para empréstimos de curto prazo.
74% dos meus empréstimos estão em dia, 9% tem até 15 dias de atraso, 7% tem 16 a 30 dias de atraso e os restantes 10% têm mais de 30 dias de atraso.
Estes números são, na minha opinião, normais e não me preocupam. Penso que na altura em que vivemos, em que nós próprios podemos estar a usufruir de moratórias, estranho seria se não houvesse atrasos. Isso sim, seria para mim sinal de alarme.
Investir no máximo 10 € em cada empréstimo permite diluir o risco de incumprimento por parte de cada indivíduo ou empresa. Assim, mesmo que uma parte dos empréstimos resulte em incumprimento, o saldo continua a ser positivo.
Até ao momento não tive nenhum incumprimento. Com os meus dados atuais, se os empréstimos que tenho com mais de 60 dias de atraso forem dados como perdidos, o valor total de perda é de 35 €. O balanço atual seria neste caso de 252 € em vez de 288 €.
Como declarar no IRS?
Uma dúvida recorrente no que toca aos investimentos P2P é se temos de declarar os juros obtidos no caso de reinvestirmos os mesmos dentro da mesma plataforma. A resposta é: sim.
Todos os anos, independentemente de deixares o dinheiro na plataforma ou de levantares os juros, tens de declarar os rendimentos obtidos no IRS. A boa notícia é que é bastante simples.
Na tua área pessoal na plataforma, podes aceder a Tax Report e selecionar o período para o qual pretendes receber o relatório. Neste caso, selecionei o período de 1/01/2020 a 31/12/2020.
A informação é enviada por e-mail em poucos minutos. Na figura abaixo podes ver a informação que recebi para o ano de 2020, no qual recebi 107,89 € em juros.
Os juros das P2P obtidos no estrangeiro enquadram-se na categoria E e devem ser declarados no Anexo J, Quadro 8-A com o código E21.
A única informação necessária é o país de origem dos rendimentos – neste caso Letónia – e o valor dos rendimentos brutos obtidos.
CONCLUSÃO
Enquanto a atividade das plataformas P2P não for regulada, este será sempre um dos tipos de investimento mais arriscado. Na minha opinião, o maior risco deste tipo de ativo é da própria plataforma de investimento e não do risco de incumprimento nos empréstimos realizados.
No mundo dos empréstimos P2P, a Mintos é sem dúvida a minha plataforma preferida. Além de ser a maior plataforma da europa, está operacional desde 2015 e ultrapassou de forma bastante eficaz a grande crise de 2020.
Permite obter uma renda mensal com poucas oscilações, o apoio ao cliente é rápido e eficaz e as transferências de e para a plataforma são bastante simples. O investimento mínimo é de apenas 10 €, o que permite uma boa diversificação.
Se quiseres experimentar este tipo de investimento, regista-te através deste link.
* Links marcados com asterisco (*) são produtos afiliados. Se comprares através deles eu recebo/recebemos ambos uma pequena comissão.
Disclaimer: A autora do blog Dama de Ouros não fornece recomendações ou aconselhamento financeiro. Todo o conteúdo presente neste blog tem apenas fins informativos e educacionais, sendo qualquer decisão de investimento da responsabilidade do leitor.
Mintos, dispenso. Tenho dinheiro prezo e por recuperar há meses! De momento, o meu maior retorno vem da Viainvest, Peerberry e Bondora. Taxas boas e maior facilidade de retirar o dinheiro. Partilho a minha opinião em https://p2p-investimento.com/bondora-review-depois-de-22-meses-de-investimento/
Obrigada pelo feedback!
Por acaso a Mintos é a mais certinha que tenho, nunca tive um incumprimento e os atrasos também não são nada de especial. Mesmo durante a pandemia, não houve grande alteração nos empréstimos que tinha ativos.
Obrigada pela partilha, vou seguir!
Comigo também tornou-se uma experiência péssima. Tenho mais em recuperação do que ganhei, tenho LOs suspensos da Rússia e como a situação está ainda me arrisco a perder mais.
E depois tem que se declarar e só dá para um lado? É para esquecer.
Oh, lamento que tenho acontecido! Pode ser que acabem por conseguir recuperar o que está em falha. Os empréstimos em recuperação têm buyback guarantee?
Quanto a não se poder declarar as menos valias, não tenho a certeza que assim seja. Tenho de ver com um contabilista essa questão.
Obrigada pelo post super esclarecedor! Fiquei com uma dúvida porque abri agora conta na Mintos e a transferência SEPA é feita para a Estónia… No teu post tens como País (na declaração de IRS) a Letónia… Fiquei sem saber se foi engano ou se houve alterações na empresa…