Olá, pai!

Provavelmente estavas até este momento a questionar o porquê de não te ter enviado ainda o link do meu blog. Sei que estás curioso desde que te disse que o tinha e com vontade de o ler, mesmo não sabendo sequer o tema!

*Spoiler Alert* Não são números primos nem teorias das cordas. Tenho de conversar ainda muito contigo sobre isso para me aventurar por esses caminhos.

É sobre um tema muito menos complicado e sobre o qual achei que teria de te dar algum contexto, senão não irias perceber nada: FIRE! Mas já lá vamos.

Crescemos com os melhores valores que nos podiam ser passados. Aprendemos a partilhar, a ceder, a chorar e a rir logo depois. Aprendemos o nome dos pássaros, dos cogumelos e sabemos distinguir árvores quase (?) tão bem como tu. Sabemos que podemos, aos pouquinhos, agir ativamente por um mundo melhor. Estudamos, trabalhamos e contribuímos ativamente da melhor forma nas áreas que mais gostamos. Somos atletas disciplinadas e sabemos a importância da dedicação, consistência, trabalho de equipa e companheirismo.

Além de tudo isto, provavelmente não te lembras, mas há muitos anos disseste-me uma coisa da qual nunca me esqueci: “não importa ganhar 1000 ou 3000€. Se se gastar tudo, ganhando muito ou pouco, chega-se ao fim do mês com zero”. A avozita também nunca nos deixou esquecer a importância de poupar dinheiro. Dava-nos a notinha mas era para guardar!

Essa parte aprendi convosco. A poupar e a ser consciente nos recursos que utilizo.

Aconteceu que em 2019 comecei a ver demasiado dinheiro acumulado no banco. Comecei a procurar depósitos que rendessem mais do que 0,01% e encontrei um mundo que até então me era desconhecido: o dos investimentos!

Descobri que, em bolsa, a média histórica de rentabilidade era de 10%. 10%!!! Sabes que gosto de estudar, por isso desde o momento Eureka li tudo e mais alguma coisa sobre o assunto.

Entre estas pesquisas descobri o movimento que é o tema central deste blog: FIRE – Financial Independence, Retire Early. Em português, independência financeira e reforma antecipada.

Descobri que podia investir o dinheiro que hoje estou a poupar para daqui a uns anos esses investimentos gerarem rendimentos suficientes para não ser obrigada a trabalhar.

Atingir este patamar não significa abandonar completamente o trabalho e ficar a ler livros o dia todo (se bem que era fixe ahah), mas dá liberdade para decidir o que se quer fazer com o tempo. E, se o dinheiro deixar de ser um fator relevante na equação, poder trabalhar exatamente naquilo que nos fizer mais felizes (mesmo que não dê muito dinheiro).

Os meus maiores motivos para o FIRE são poder passar mais tempo convosco sem ter os minutos contados para ir aqui ou ali, deixar de ter de me sujeitar a horas de viagens de carro para ir trabalhar e poder dedicar o meu tempo a coisas que realmente gosto e que têm um impacto muito mais positivo no que nos rodeia.

Neste blog documento de forma anónima a minha jornada até à independência financeira, em 2030.

Espero que gostes!

Obrigada por tudo, pai.