Investe! 👈 O que gostava que alguém me tivesse dito há 6 anos

Sempre tive quem me incentivasse a poupar. Cresci rodeada de pessoas apaixonadas pela natureza e sustentabilidade do planeta e foi algo que ficou enraizado em mim.

Felizmente, a preocupação com o meio ambiente vai contra todo o consumismo que a sociedade atual espera de nós. Comprando e gastando com consciência, além das gerações futuras podemos também salvar a nossa carteira.

Infelizmente, faltou na minha formação a componente do investimento. Poupar, poupava… Mas para quê?

O ciclo da vida

Trabalhamos e queremos bons salários para:

  1. Cobrir as nossas necessidades básicas;
  2. Fazer coisas que gostamos no dia-a-dia: tomar café com amigos, jantar fora, ir ao cinema, comprar roupa/jogos/outras coisas de que gostamos;
  3. Cumprir sonhos maiores: comprar um carro, viajar, comprar uma casa, casar, etc.

Poupar sem um propósito pode levar a “deslizes” quando já se tem uma boa quantidade no porquinho. Foi exatamente isto que me aconteceu até 2019.

Via o meu dinheiro a acumular na conta bancária. Ia poupando, sim. Mas também ia gastando mais do que precisava. Tudo porque tinha “dinheiro a mais” e nenhum objetivo a médio/longo prazo para qual precisasse dele.

Já tinha comprado carro, não queria comprar casa e as viagens que ia fazendo eram pagas no momento sem preparação prévia, porque o cashflow mensal mo permitia.

Foi assim que, até setembro de 2019, em 3 anos de trabalho e a viver na casa dos meus pais na maior parte do tempo, acumulei 10.000 €.

E foi nessa altura que tropecei em blogs de finanças e descobri duas coisas: produtos com rentabilidades médias históricas de 10% e o conceito de liberdade financeira.

Poupar ou investir

Poupar, por si só, não tem grandes vantagens a longo prazo.

Uma poupança mensal de 250 € resulta em 120.000 € acumulados ao fim de 40 anos. No entanto, este valor é o equivalente a 83.145 € nos dias de hoje, se considerarmos uma taxa média de inflação de 2%.

Se, por outro lado, investirmos esses mesmos 250 €, teremos 839.343 € no fim do mesmo período (taxa média de rentabilidade de 8%). Considerando a mesma taxa de inflação, isto representa 492.143 € à data de hoje.

Mas investir não é arriscado?

O investimento é tanto mais arriscado quanto menores forem os nossos conhecimentos no assunto. Historicamente, o retorno que os investidores têm, mesmo investindo através de índices diversificados, é inferior ao desses mesmos índices nesse período.

Porquê? Porque temos tendência a deixar as nossas emoções afetarem o plano de ação e fazer precisamente a coisa errada no momento errado: comprar caro e vender barato.

Os 8% de retorno considerados são valores médios. Na verdade, os valores verificados ano após ano serão muito diferentes deste valor.

Para complementar esta afirmação, deixo de seguida uma pequena análise a um dos índices mais conhecidos mundialmente. O índice S&P500 tem uma rentabilidade média de 7,65% ao longo dos últimos 95 anos. No entanto:

  • Apenas em 6% dos anos teve rentabilidades entre 5 e 10% (1959 – 8,48%, 1965 – 9,06%, 1968 – 7,66%, 1993 – 7,06%, 2004 – 8,99%, 2016 – 9,54%)
  • 33% dos anos teve retornos negativos (31 em 95 anos)
  • 21% dos anos teve retornos inferiores a -10% (20 em 95 anos)
  • Queda máxima foi de 47% em 1931 e a maior subida foi de 46%, dois anos depois
  • 67% dos anos a rentabilidade foi positiva (64 em 95 anos)

As médias servem apenas para calcular previsões a longo prazo. A curto/médio prazo não têm qualquer relevância, porque não é suposto vermos os valores médios no dia-a-dia.

A importância de ter um plano

Se usarmos as nossas emoções como fator decisivo para agir nos investimentos, temos receita certa para o desastre. A nossa vontade será sempre fugir quando as coisas estão a correr mal e entrar nos ativos mais badalados, quando toda a gente está a investir neles.

Com um plano, deixamos também de ser afetados pelas notícias e pelo que se passa no mundo. Há sempre algo a acontecer – uma guerra, eleições, políticas ambientais, etc. Não é suposto usar a informação dos media para saltar de ativo em ativo: vamos perder dinheiro em comissões e, muito provavelmente, entrar nas alturas erradas. Se já é falado na televisão, então o mercado provavelmente já ajustou o seu preço em concordância.

Tens dúvidas sobre como começar?

Criei um passo a passo que adorava ter recebido quando iniciei a minha jornada. Neste momento, quando subscreves a newsletter, recebes semanalmente e-mails com os seguintes temas:

  • Semana 1: links diretos para os artigos mais populares do blog, ficheiro para registo de despesas e networth
  • Semana 2: Como calcular o valor FIRE
  • Semana 3: Como calcular o valor que temos de investir mensalmente para atingir o FIRE
  • Semana 4: A importância da taxa de poupança nos cálculos do FIRE
  • Semana 5: Exemplos de ativos nos quais podemos investir para investir para chegar ao FIRE
  • Semana 6: Alocação de portefólio

Sempre que me lembrar de um tema interessante, acrescentarei à sequência.

Há algum tema que gostarias de ver incluído? Diz-me nos comentários.

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