O Dia Internacional da Mulher, celebrado desde 1975 a 8 de março, é uma data que simboliza a luta contínua das mulheres por igualdade, reconhecimento e direitos. A sua origem remonta ao início do século XX, quando movimentos femininos reivindicavam melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, mas apenas há 40 anos foi oficializada pela Organização das Nações Unidas.
Hoje, em especial, quero usar a data para agradecer a todos os homens e mulheres que lutaram para que hoje fosse possível existir um blog deste tipo: uma mulher a escrever de igual para igual para homens e mulheres, sobre dinheiro e liberdade. Uma liberdade que permitiu à minha avó ver as suas netas fazerem algo que ela própria queria muito e nunca pôde fazer: continuar os estudos depois da quarta classe e tirar a carta. 💜
Avanços significativos, mas desafios persistentes
É notável a evolução nas últimas décadas. O que a minha avó, a minha mãe e eu vivemos são realidades totalmente distintas. No entanto, a desigualdade de género ainda é uma realidade em muitos setores e geografias. Na União Europeia, embora as mulheres representem 40% dos cargos de direção em empresas de média dimensão, apenas 27% ocupam posições de CEO.
A disparidade salarial entre homens e mulheres persiste: de acordo com dados do Eurostat de 2021, a diferença média de remuneração entre homens e mulheres na UE era de 12,7%, e, em Portugal, de 11,4%. Esta diferença representa uma redução em relação a anos anteriores, mas dados mais recentes demonstram que este valor não está a diminuir.
O Dia Nacional da Igualdade Salarial aconteceu a 14 de novembro, em 2024. Esta data representa virtualmente o dia a partir do qual as mulheres passam a trabalhar de graça enquanto os homens continuam a receber os seus salários, tendo em conta a disparidade salarial.
“De acordo com os dados disponíveis mais recentes, a disparidade salarial entre homens e mulheres é de 13,2%, o que corresponde a 48 dias de trabalho que não são pagos às mulheres e são pagos aos homens. Em números absolutos, as mulheres recebem, em média, menos 160€ do que os homens, sendo que estas discrepâncias se acentuam, quer quando consideramos os prémios e subsídios regulares (ganho), em que a diferença passa a ser de 16%, que corresponde a 235€/mês, quer quando as qualificações e responsabilidades aumentam. Mulheres em cargos de topo ganham, em média, menos 639€ do que os homens (sendo de 854€, se considerarmos os prémios e subsídios regulares), e entre pessoas com ensino superior, a diferença é de 541€, podendo chegar aos 642€, se considerarmos o ganho.” – Fonte
Apesar de termos conquistado o direito ao voto e aos estudos e a liberdade de escolha em tantas áreas da nossa vida, continua a existir uma disparidade significativa em termos económicos.
A importância da independência financeira
Ter controlo sobre as próprias finanças não é apenas uma questão de segurança pessoal, mas também de liberdade. A independência financeira permite-nos tomar decisões alinhadas com os nossos valores e aspirações, sem depender de terceiros. Permite-nos sair de situações nas quais não queremos estar. Dá-nos a possibilidade de fazer mais do que nos faz bem.
Infelizmente, o caminho para essa independência ainda é longo. Segundo o relatório “Global Gender Gap Report 2022” do Fórum Económico Mundial, apenas daqui a 130 anos será eliminada completamente a desigualdade de género a nível global, considerando fatores como participação económica, acesso a educação, saúde e poder político. Dentro desse cenário, a educação financeira torna-se um dos pilares fundamentais para acelerar essa mudança.
O gender investment gap: as mulheres investem menos?
Mesmo com todo o progresso e mesmo sabendo que os investimentos são a melhor forma de conquistarmos a independência financeira, ainda existe também disparidade entre homens e mulheres nesta área. Segundo este artigo da Mintos, as mulheres têm tendência a investir menos do que os homens. Algumas razões apontadas incluem:
- Maior aversão ao risco: mulheres tendem a priorizar segurança financeira face a rentabilidade, preferindo deixar o dinheiro em poupanças face a investimentos sem capital garantido. Isto representa um custo de oportunidade gigante a longo prazo.
- Menos confiança financeira: Muitas mulheres sentem-se menos confiantes ao investir, apesar de terem competências semelhantes ou superiores na gestão financeira do dia a dia.
- Menos capital acumulado: A diferença salarial entre géneros, já aqui apresentada, bem como as interrupções na carreira por maternidade ou outros fatores resultam em menos dinheiro disponível para investir.
- Expectativas culturais: mesmo com toda a evolução, de forma mais ou menos acentuada em determinadas gerações ou geografias, é esperado que as grandes decisões financeiras e de investimento sejam deixadas na responsabilidade do homem, enquanto as mulheres gerem as contas do dia a dia.
Como podemos mudar este cenário?
A melhor forma de eliminar estas diferenças é partir para ação.
- Educação financeira: Quanto mais conhecimento tivermos, mais confiantes estaremos da nossa capacidade para tomar decisões financeiras e investir.
- Conversar sobre dinheiro: Normalizar o tema entre amigos, família e colegas de trabalho é essencial.
- Começar assim que possível: Mesmo pequenos investimentos podem fazer diferença a longo prazo.
- Diversificar: Conhecer diferentes tipos de investimento e diversificar o portefólio incluindo ativos sem capital garantido, ajuda a reduzir riscos e potenciar retornos.
- Aumentar a confiança: compreender os ativos, riscos e rentabilidades demonstra que os investimentos não são assim tão complicados.
- Automatizar: Retirar esforço e decisões do dia a dia, sempre que possível. O investimento não precisa de ocupar mais do que 10 minutos por mês (ou até nada, se tudo estiver automatizado!).
- Exigir igualdade salarial: A luta pela equidade deve incluir políticas empresariais que garantam salários justos.
Investir não tem de ser complicado nem exige grandes quantidades de dinheiro. Pequenos passos, de forma consistente, têm resultados fantásticos a longo prazo.
Investir não é apenas uma forma de fazer crescer o património, é também um ato de empoderamento e liberdade. Ter dinheiro investido significa ter opções: seja para mudar de carreira, criar um negócio, sair de uma relação em que não se quer estar ou simplesmente ter segurança financeira.
A realidade é que as mulheres são, historicamente, boas gestoras financeiras no quotidiano, mas muitas vezes hesitam em dar o passo seguinte: fazer o dinheiro trabalhar para elas. Estudos mostram que, quando investem, as mulheres tendem a obter retornos superiores aos homens, na verdade! Um estudo da Warwick Business School revelou que as mulheres obtêm retornos de investimento superiores em cerca de 1,8%/ano comparadas com os homens, graças a uma abordagem mais paciente e menos impulsiva.
Investir na Mintos
Quando descobri este mundo, em 2019, fiquei assoberbada com a quantidade de termos e definições das quais nunca tinha ouvido falar e que me pareciam demasiado complexas para conseguir compreender, não tendo qualquer formação em economia e finanças.
Comecei a investir na Mintos, em peer to peer, porque foi o único tipo de ativo que consegui facilmente compreender – alguém precisa de dinheiro, eu empresto, esse alguém devolve-me o valor que lhe emprestei, mais juros.
Entretanto aprendi, cresci, e descobri que os outros ativos que tanto me assustavam não são afinal nenhum bicho de sete cabeças. A Mintos também cresceu e evoluiu e hoje é a plataforma mais diversificada que conheço. Permite investir em:
- Loans – O tal ativo em que comecei e que continuo a usar e adorar, 6 anos depois. Permite receber pagamentos de juros regulares e o investimento pode ser feito de forma manual ou totalmente automática.
- Bonds – As obrigações permitem, tal como o P2P, receber juros periódicos, sem qualquer comissão associada.
- Real estate – Para quem gostaria de investir em imobiliário mas não tem o suficiente para a entrada (ou não quer ter o trabalho que uma propriedade dá), existe a possibilidade de investir em imóveis por toda a Europa, a partir de 50€, e receber a percentagem de renda associada.
- ETFs – A Mintos permite também o investimento em ETF diversificados, a partir de 50€, sem comissões.
Para celebrar este dia e fazer a sua parte no incentivo ao investimento, a Mintos tem uma campanha especial, válida até 31 de março. Basta aplicar o código GO-WOMEN no registo, válido para todos os géneros.
Investir é um ato de liberdade
Os investimentos são o lugar seguro em que a discriminação remuneratória não existe. Independentemente do género, quando investimos no mesmo produto financeiro, temos exatamente os mesmos retornos, sejamos homens ou mulheres.
Neste Dia da Mulher, em vez de flores ou chocolates, oferece-te empoderamento. Oferece-te liberdade. Se ainda não investes, começa hoje a construir as bases para poderes começar. Se já investes, partilha a tua experiência e conhecimento com outras mulheres. Se és homem, partilha este conhecimento com as mulheres que te rodeiam.
A luta pela igualdade de género não se limita aos direitos do trabalho ou à representatividade política. A liberdade financeira é um dos pilares que nos permitem tomar decisões independentes e viver de acordo com as nossas próprias escolhas. Tudo isso começa connosco, na nossa própria vida.
Um feliz dia para todas 🔥
Um agradecimento especial à Mintos, que patrocinou este artigo.
Que post inspirador e não podia concordar mais. “Investir é um ato de liberdade” é uma frase poderosa! Pode ser que com o trabalho de pessoas como tu e com a maior literacia financeira que já se começa a verificar, este span de 130 anos diminua! Feliz Dia 🙂
É mesmo! Esperemos que continue a diminuir 💪💜