Vendi alguns ETFs

Se acompanhas a minha jornada, sabes que em janeiro decidi passar a comprar apenas o ETF VWCE, e simplificar a minha estratégia. Se acompanhas a bolsa de valores, então também sabes que, depois de umas subidas brutais em 2020 e 2021, as quedas de 2022 e 2023 trouxeram esses investimentos praticamente à estaca zero.

Pela combinação dos dois pontos acima referidos, decidi vender algumas (bastantes) unidades de participação dos meus ETFs e realocar esse valor a outros.

A minha distribuição em fevereiro de 2023 estava assim. No final do artigo, mostro-te como está agora.

Entretanto, a explicação 👇🤓

Porquê?

Estava a preparar a entrega do IRS de 2022 e, ao mesmo tempo, a fazer umas simulações e previsões para o de 2023. Desde que aprendi realmente como isto funciona (curso da Bruna, obviamente), duas coisas aconteceram: passei a achar divertido (I know, estranho) e percebi que há formas de optimizar.

Alguns dos meus ETFs estavam com perdas, outros com ganhos. A somar a isto, recebo juros de P2P, que somam também ao bolo das mais valias de investimentos.

Em suma: todos os anos deixo 28% dos meus ganhos brutos para o estado, porque recebo € que são declarados e taxados.

Uma forma de otimizar isto pode ser vender posições quando estão em queda, para compensar subidas de outras. Desde que se reinvista o dinheiro (no mesmo ou em outro ETF semelhante), então na verdade não há perda nenhuma.

Estas alturas de quedas e valores totais a negativo são perfeitas para “arrumar a casa” na corretora.

Exemplo: tenho um ETF numa bolsa, que comprei por engano, e agora compro noutra bolsa e estou presa àquele custo de conectividade anual.

Solução: vender o ETF e recomprar na bolsa correta. Se o valor está negativo, então não irei pagar quaisquer impostos sobre mais-valias (pelo contrário, podem até abater em mais-valias que tenha tido) e se vou comprar exatamente o mesmo ETF, então não tenho perdas nenhumas.

Só é preciso ter cuidado para confirmar que o que estamos a vender teve, de facto, perdas. Se temos um ETF há muito tempo e apenas vamos vender algumas UPs, então pode acontecer que as que vamos vender tenham, afinal, mais valias (a regra para declarar no IRS é FIRST IN FIRST OUT).

O que eu fiz

Cheguei à conclusão que teria vantagens no IRS se aproveitasse para vender agora alguns ETFs que já não estão alinhados com a estratégia que tenho agora.

Não vou detalhar as contas todas, porque seria uma grande trabalheira e podia levar a que alguém se limitasse a imitar, sem perceber o que estava a fazer. Isso nunca é o objetivo do que partilho aqui. A ideia é partilhar o que faço, e despertar curiosidade e abrir horizontes para que outras pessoas saibam as ferramentas e tudo o resto que temos ao nosso dispor. Mas a análise e decisão final tem sempre de ser feita individualmente.

Resumindo:

  • Vendi todos os ETFs que tinha relacionados com o S&P500
  • Vendi todos os ETFs que tinha relacionados com mercados emergentes
  • Comprei VWCE
  • Comprei ETF de obrigações (assunto para um próximo artigo)

A minha distribuição atual

Hoje a minha distribuição de ETFs está assim. A ideia será continuar a reforçar o VWCE e, potencialmente, ETFs de obrigações (este ou outro).

Todos estes investimentos são feitos através da corretora Degiro. Abaixo deixo artigos relacionados, que podem ter interesse:

Review da corretora

Comprar um ETF na Degiro em 4 passos

Bons investimentos!

25 thoughts on “Vendi alguns ETFs

  1. Aqui foi o mesmo pensamento. Iniciei a jornada de investimentos e ao início investi em várias frentes e cheguei à conclusão que tinha demasiados ETFs (12 diferentes, distribuídos por 2 corretoras). Vendi em Dezembro quase tudo e apenas mantive VWCE e EUNA, juntamente com os CA. Em termos de IRS tudo preenchido e saldado, e nada paguei por o saldo ser ligeiramente negativo. Aqui notei grande diferença entre as declarações da Degiro (super confuso, apenas o meu excel me valeu) e a Xtb (papinha toda feita). Agora é ter paciência e continuar a estratégia com a casa bem mais arrumada

    1. Acho que o entusiasmo no início gera estas “complicações”, e a longo prazo acabamos por preferir simplificar.
      De facto é mesmo essencial manter o Excel, porque não é fácil ver linha a linha o relatório da degiro. O da XTB é mais simples?

      1. É isso mesmo: simplificar. Sim, realmente a declaração da xtb tem os quadros iguais ao anexo G do IRS preenchidos, é mesmo só copiar. Algo que espero agora só me preocupar outra vez daqui a uns bons anos. Parabéns pela caminhada

  2. Olá!
    Tenho uma dúvida que me ajudaria muito.
    Se vender por exemplo 1x Etf iShares Sp500 e comprar outro Etf diferente terei que declarar esta venda no irs? uma vez que o dinheiro nao foi retirado da Degiro e sim reinvestido.
    Obrigado

  3. Olá
    O saldo das mais valias com as menos valias para não pagar impostos, exige que se englobe todos os rendimentos no IRS, ou seja, deixam de ter a taxa autónoma de 28% que referiu, para passar a ter uma taxa que pode ser muito superior, dependendo do escalão de rendimentos a que está sujeita, certo? Sendo assim, só terá interesse quando estiver num escalão com taxa inferior aos 28%.
    Portanto não entendi como teve vantagem fiscal em fazer essas compras e recompras…

  4. Ola,
    uma pergunta, ves alguma vantagem em investir num ETF do S&P500 ou da nasdaq na bolsa dos EUA em USD ou investir em bolsas europeias em EUR seria mais positivo devido a nao haver fees de currency exchange?

  5. Bom dia,
    Qual é o(s) ETF(s) que tens de obrigações neste momento?
    Queria diversificar comprando obrigações e queria saber o que tens neste momento para verificar se se adequa a esta mimnha estrategia.

    Obrigado.

  6. Ola
    Passaste a investir apenas no VWCE, e vendeste alguns ETF, os restantes apenas ficaste com eles para não ter “prejuízo” no IRS?
    Estou a pensar fazer o mesmo, ou seja investir apenas no VWCE, contudo tenho 1 ETF de sp500 e estou indecisa se venda ou se mantenho no portfólio sem o reforçar.

    1. Olá!

      Eu não deixei de “gostar” dos ETF que já tinha, simplesmente quis simplificar a minha estratégia daí para a frente. Por esse motivo, não vendi qualquer ETF dos que já tinha.
      Se se deixa de acreditar é outra coisa.. No meu caso foi só mesmo simplificação daí para a frente

  7. Boa tarde,
    Uma dúvida que tenho referente aos ETFs de acumulação.
    Imaginemos que temos um destes ETF que reforçamos algumas vezes ao ano, em que o valor acumulado está por exemplo em 10.000 euros.
    Se eu quiser vender por exemplo 5000 euros deste ETF, tenho de declarar a venda no IRS? Neste caso como saberei o valor das mais valias referente à venda desta montante, uma vez que, parte do valor do ETF ainda se mantêm?
    Obrigado

    1. Olá!

      Sim, tens de declarar todas as vendas.
      Sabes as mais valias porque sabes a que preço compraste.

      Ex: compraste 2 a 100€, 3 a 120€, … e estás a vender a 200.
      As mais valias nos primeiros são 100€, nos segundos 80€ e por aí adiante.

      Vendem-se sempre primeiro os mais antigos da carteira

      1. Boa tarde,

        Então nesse caso, se eu reforçar o ETF mensalmente durante 5 anos, ao vender, e se o vender na totalidade, vou ter de declarar “60” movimentos porque todos os meses o valor de compra vai variando, certo?

  8. Olá, boa tarde
    Querendo como exemplo investir 4800 euros anuais num ETF, e tendo claro, esse valor para investir, terá vantagem investir logo no inicio do ano a totalidade ou investir 400 euros mês a mês?
    Penso que a nível de IRS simplifica mais quando o formos vender, certo?
    Obrigado

    1. Olá!

      Só simplifica se depois se vender também tudo de uma vez. Se forem vendidos faseadamente, até é mais simples terem sido comprados em transações separadas.
      No IRS temos de declarar valor e data de compra e valor e data de venda.

      Se for comprado tudo de uma vez mas vendido em várias, tem na mesma de haver uma linha por cada venda. E neste caso vamos ter de registar que, daquela compra, já foram vendidos X, para sabermos quantos restam dessa transação para declarar nas vendas seguintes.

  9. Olá!

    Já acompanho o teu blog há uns 2/3 anos mas só agora, muito graças a ti, finalmente ganhei coragem para começar a investir 🙂

    Em Dezembro subscrevi o PPR Golden SGF ETF, com a intenção de usufruir de benificios fisicais anualmente. Pelo que vejo este PPR investe 75% em ações, nomeadamente:

    – ISHARES CORE WORLD UCITS ETF
    – ISHARES MSCI WORLD UCITS ETF Eur Hdg
    – ISHARES Core MSCI EM IMI UCITS ETF

    A minha questão é a seguinte, com 400€ mensais para investir:

    Pretendo investir 2000€ anuais até aos 35 anos para rentabilizar ao máximo o PPR (166€ mensais)

    Estava a pensar investir (através da xtb) 100€ ou + no ETF SP&500 (SXR8), será que faz sentido atendendo à composição do PPR que tenho?

    *Só para completar, o restante valor seria:
    100€ ou – noutros ETFs que ainda estou a decidir
    44€ para diversificar um pouco em algo mais arriscado, criptos, açoes individuais.

    Obrigado desde já pela tua disponibilidade a responder às nossas questões 🙂

    1. Dos 75%, mais concretamente

      64% MSCI World (iShares Core MSCI World UCITS ETF EUNL GY)
      11% MSCI Emerging Markets IMI (iShares Core MSCI Emerging Markets IMI UCITS ETF IS3N GY)

    2. Olá!

      Eu faço o mesmo: reforço o PPR para benefícios fiscais e depois com o restante invisto em ETF, P2P e cripto (publiquei ontem um resumo de 2024) por isso para mim faz sentido eheh
      Se para ti faz ou não, cabe-te a ti decidir. Só tu sabes os objetivos e planos que tens para esse dinheiro, bem como gostos pessoais e tolerância ao risco 🙂

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